Académica, 2 Marítimo, 4
Tratamento holandês imediato
Noite amena em Coimbra para receber, ontem, a estreia do Marítimo ao comando de Mitchell Van der Gaag. As bancadas despidas antes do arranque - a assistência acabaria por ficar pelas 2514 pessoas - denunciavam a realidade dos dois clubes em campo, que precisavam de dar a volta à onda de maus resultados. Os madeirenses em 10º, os estudantes no fim da tabela.
E começou animada a partida na cidade mais académica de Portugal, com a equipa insular a dar o pontapé de saída. Ao minuto 3, Orlando, de livre, assustou Peçanha, o desafortunado guarda-redes verde-rubro, que esteve apenas 13 minutos em campo e saiu lesionado.
Antes da primeira provação deste novo Marítimo, houve tempo para ripostar a ameaça da equipa da Briosa. Coube a Baba o primeiro lance de perigo maritimista ao rematar ao poste da equipa da casa. O primeiro golo do Marítimo chegou cedo. Marcelo, quase sem tempo de aquecer, entra para guardar a baliza forasteira e é nele que começa o lance que passa por Djalma e acaba com Marcinho a rematar rasteiro, de fora da área, para o fundo das redes da baliza da Académica.
Os estudantes acusaram a pressão e seguiram-se minutos de nervosismo. Mais sereno, o Marítimo controlou, assertivo e perigoso. Baba esteve endiabrado e deu trabalho a Ricardo. A insistência deu frutos e aos 35 o guardião não conseguiu travar o cabeceamento do senegalês. Antes do cair do pano esteve perto o terceiro, mas Djalma, isolado, acabaria por falhar.
Chuva de golos
Imunes à pressão, os estudantes regressaram com novo ímpeto e duas caras novas. Foi Miguel Fidalgo, o madeirense acabado de entrar, que reduziu a diferença no marcador para (1-2).
A Académica estava empenhada e o Marítimo mostrou uma insegurança que não denunciara na primeira parte. Chegou-se a prever uma reviravolta, mas por pouco tempo. Muito contribuiu a cabeça de Baba que voltou a surgir com elevação na grande área da equipa adversária e fez o bis aos 69. A chuva de golos não terminava aqui. O regressado capitão Bruno encerraria as hostes maritimistas aos 82 ', com um golo de fora da área depois de uma jogada de grande entendimento colectivo.
A equipa da casa ainda reduziu, mas não conseguiu evitar os lenços brancos no fim da partida. Em Coimbra ouvia-se a serenata, mas ecoava bailinho. Mitchell:
"Estou aqui para ajudar"
Com a simplicidade que todos lhe reconhecem, Mitchell entregou os louros do triunfo aos jogadores embora as luzes da ribalta estivessem teimosamente centradas na sua estreia vitoriosa ao comando técnico da equipa principal do Marítimo.
"No final acho que não fiz nada. Os jogadores tiveram uma atitude excelente, mostraram a qualidade que sempre soubemos que tinham após uma semana muito complicada", notou.
O holandês considerou que "nunca é bom quando o treinador sai" mas a forma "excelente" como os atletas se entregaram ao desafio tudo facilitou. Depois, admitiu que a equipa "teve a sorte que faltou noutras alturas".
Numa altura em que já são muitos os técnicos que surgem na lista de supostos candidatos a ocuparem o lugar de treinador do Marítimo, o holandês opta por um discurso despreocupado, preferindo apontar baterias já para outro compromisso, o da equipa B.
"Estou aqui para ajudar e mais nada. O presidente pediu-me este favor, entre aspas, e estou a treinar a equipa B e a equipa principal. No início foi mais difícil mas agora está tudo bem e já só penso no jogo de domingo (amanhã)", no Algarve. De resto, espera que o triunfo de ontem tenha sido somente o "principio de um fim-de-semana muito bom. A equipa B joga em Lagoa e espero que possamos vencer", concluiu. (...)
Diário De Notícias
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